17 de outubro de 2012

x9

Quantas coisas lhe contei
Confiei, e dei tudo em mãos
Ora, bobo, nem sequer sonhei

Que falharia centenas de vezes comigo
Me dando por comédia e riso
E que me deixaria ao leo, nesse castigo


Quantas vezes fomos planos
E todo-dia criminosos
De todas as formas, invejosos
Mas nunca nos entregamos

Quantas vezes fomos cúmplices
Sem que fôssemos capturados
E, nestas todas, curtimos adoidado
A graça de nossas burrices

Agora você vem e implora
Que eu perdoe a traição
De ser duas caras, em um coração

E quer que eu seja, outrora
O ar de graça, da compaixão
Por ter me dado a ilusão

Quer de mim o que não posso
E o que, todo esse tempo
Não aprendi a fazer:
Viver como se pudesse, fazê-lo sem ter você.

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