Ainda sei como fica nervosa
Só de pensar em qualquer coisa
Que possa ser importante
Ou quando não temos motivo pra prosa
Ainda sinto seu cheiro
Pelas ruas aqui perto
Quando passo ligeiro
E quero você, nesse deserto
Ainda guardo nossas piadas
Nossas fotos e esperanças
O nome de nossas crianças
E nossas conversas fiadas
Ainda tenho nossas datas
Sua figura na memória
Todos risos de nossa história
E sua raiva das outras candidatas
Ainda disco seu número sem querer
Peço desculpas em silêncio
Quando minto sobre você
E te vejo em todo canto
Até nos comerciais de TV
Ainda acho que dava
Pra forçarmos mais a barra
E dispensarmos nossa marra
Pra ver se a míngua acabava
Ainda não me dei conta
De que isso tudo
Faz mais falta
Quando fico mudo
E a saudade se exalta
E em todo tempo
Faz questão de ser afronta
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