20 de outubro de 2012

Ainda

Ainda sei como fica nervosa
Só de pensar em qualquer coisa
Que possa ser importante
Ou quando não temos motivo pra prosa

Ainda sinto seu cheiro
Pelas ruas aqui perto
Quando passo ligeiro
E quero você, nesse deserto

Ainda guardo nossas piadas
Nossas fotos e esperanças
O nome de nossas crianças
E nossas conversas fiadas

Ainda tenho nossas datas
Sua figura na memória
Todos risos de nossa história
E sua raiva das outras candidatas

Ainda disco seu número sem querer
Peço desculpas em silêncio
Quando minto sobre você
E te vejo em todo canto
Até nos comerciais de TV

Ainda acho que dava
Pra forçarmos mais a barra
E dispensarmos nossa marra
Pra ver se a míngua acabava

Ainda não me dei conta
De que isso tudo
Faz mais falta

Quando fico mudo
E a saudade se exalta
E em todo tempo
Faz questão de ser afronta


Nenhum comentário:

Postar um comentário