22 de janeiro de 2013

Desabafo

Há as vezes em que o espírito arranha o corpo, choramingando pra que eu escreva. Daqueles momentos em que não bastam umas letras ou umas rimas, mas os ossos pedem ínfindos parágrafos, com nexo, ou desconexos. O peso do esqueleto vai aumentando, e as pernas não mais andam, só sustentam.
É nesses dias, em que a melhor música é o silêncio, e a pior pintura é a do espelho, que fluem as mais dissuasivas ideias. Aquelas "matutanças" de se rir depois, quando a tristeza passa: sumir do mapa, largar o emprego, gritar ao mundo... Escrever mil páginas.
Começo a escrever umas páginas soltas, de trás pra frente, ou a partir do meio. As coisas vão voltando ao normal, se acalmando, até que nem umas dez eu tenha rabiscado.
Talvez eu um dia compile um livro, com esses rabiscos, e intitule de "Desabafo". Se assim o for, eis agora a primeira página, em primeira mão.


2 comentários:

  1. Será bem interessante lê este livro, contudo já se espera que seja apenas literário e não se decifre quem seja realmente você...

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  2. Lipe, gostaria muito que você escrevesse alguma coisa sobre discriminação étnica. Não precisa ser logo. Quando vc puder. Adoraria ler suas ideias em prosa. Tenho algumas sugestões de temas. Depois falo.

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