16 de agosto de 2012

Nascerotexto

Que sofrido parto é dum texto
Pra tudo tem que ter pretexto
E às vezes tem que ter rima

É fujão como um rapaz e,
Sem querer fino e leve
Como aquela menina

Escrever gasta tinta
Gasta pasta e papel
É um presente do Noel

É mais suor e transpiração
E não obra do acaso
Sorte, jogatina, destino
Ou, como dizem, inspiração

Escrever é gravar no tempo
Graças e injúrias bem vividas
Quase sempre sentidas
E duas ou três vezes datadas

Apontar o lápis e o erro
O motivo e o ensejo
Gravar pra sempre ou pra ninguém

Escrever é perpetuar
Em razão de quem ou de alguém
É deixar o perfume de alfazema
No calçadão da fama ou,
Na calçada de Ipanema!

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